INÍCIO > UM VASO NAS MÃOS DO OLEIRO
UM VASO NAS MÃOS DO OLEIRO
28/01/2013 13:27
TEXTO: "A palavra que veio do Senhor a Jeremias, dizendo: Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas. Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer." Jr. 18:1- 4.
Após escutar a voz de Deus, Jeremias desceu à casa do oleiro e passou a observá-lo trabalhando o barro. O profeta notou que ele fazia a sua obra sobre as rodas, que hoje chamamos de torno. Jeremias viu o vaso que estava sendo moldado quebrar-se, e viu também, o oleiro fazer dele outro vaso. E entendeu que o oleiro o fez conforme o seu parecer. É certo que trabalhar o barro e fazer vasos é uma ação específica do oleiro.
De tudo que o profeta Jeremias observou podemos destacar o seguinte:
1. A matéria prima que o oleiro utiliza sobre as rodas é o barro;
2. O produto final da obra do oleiro é o vaso;
3. O vaso ao ser moldado se quebrou. O oleiro usou a mesma massa (cacos), e o resultado foi outro vaso;
4. O oleiro tem autonomia para fazer o vaso segundo o seu querer
Após observar o oleiro trabalhar, Deus falou a Jeremias: "Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o Senhor. Eis que, como o barro nas mãos do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel."Jr. 18: 6,7. Para esta pergunta: "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?" A resposta é um sonoro 'Sim'! Assim como o barro inerte depende do oleiro para tomar forma, precisamos nos render às mãos do Oleiro Eterno, que tem poder para fazer novamente todas as coisas. Entendendo mais sobre o texto: Existem aproximadamente duzentos tipos de barro = sílica + alumínio, dos quais apenas oito servem para fazer vasos. Alguns tipos de barro podem ser encontrados a céu aberto e outros em minas subterrâneas. Há o barro magro (que parte com facilidade quando trabalhado) e o barro gordo que possui mais maleabilidade e plasticidade. O barro é útil, versátil e moldável. *A argila quando retirada da natureza geralmente contém corpos indesejáveis, impurezas, e por isso necessita ser beneficiada através de processos mecânicos e químicos. Se necessário, serão acrescidos ou retirados elementos de sua composição para usos específicos e para regular sua plasticidade.
*Deve-se notar que os trabalhos com argila não propiciam resultados imediatos. As etapas são sempre demoradas. Calma e paciência é tudo que um bom oleiro deve ter. *As argilas estão à disposição dos consumidores na forma líquida, em pó e plástica (+ usual). Hoje em dia existe no mercado uma variedade enorme de argilas já prontas embaladas em blocos, pesando cerca de 10 quilos, algumas até trazidas do exterior, cada uma com características próprias de usos e aplicações. *A argila para ser trabalhada precisa ser úmida e maleável. Se for acondicionada num invólucro de plástico grosso, hermeticamente fechado, sua conservação se dará por longo período de tempo. Aberta a embalagem, a argila deverá ser mantida envolta em plástico e armazenada em recipiente fechado e em lugar fresco. Caso contrário, ela endurecerá em pouco tempo, dificultando seu uso e manuseio. Isso me faz lembrar Pv. 29:1 “Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente, sem que haja cura.” Caso a argila endureça ela poderá ser reciclada sem que perca suas características originais. Para isso, deixa-se secar completamente e, em seguida, coloca-se o material quebrado em pequenos pedaços, num recipiente cobrindo-o com água. Após alguns dias, a massa resultante já completamente amolecida pode ser posta para secar sobre uma placa de gesso ou de madeira. No entanto, precisa ser bem amassada para ficar novamente pronta para o uso. O equipamento para essa reciclagem chama-se Maromba.
Etapas para o preparo do barro e confecção do vaso:
1ª. O barro é escolhido - “Não fostes vós que escolhestes a mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós outros, e vos designei...” Jo. 15:16
2ª. O barro é curtido - “Assim sendo amados meus... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.” Fp. 2:12 “Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” 2Pe 3:18
3ª. O barro é acrescido de outros elementos para fazê-lo ainda mais forte - “Mas, o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” Gl.5:22
4ª. O barro é “socado” para se extrair todas as bolhas de ar – O trabalho com argila requer que seja amassada com as mãos, ou mecanicamente, para compactar e eliminar todas as bolhas de ar existentes em seu interior. As bolhas poderão fazer com que a peça exploda dentro do forno durante a queima, como também podem provocar rachaduras nas peças quando estiverem secando. Pode-se também amassar o barro, jogando-o sobre uma superfície lisa repetidas vezes. Não se deve esquecer que socar o barro é uma etapa da preparação que não pode deixar de ser realizada. “Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, e toda malícia, deixando a mentira... o roubo... as palavras torpes...” Ef. 4:25-31
5ª. Só então, o vaso pode ser moldado – para isso, o barro é colocado sobre a roda do oleiro, que dará a ele a forma que lhe aprouver. A roda gira com a velocidade determinada pelo oleiro.
6ª. O barro não tem escolha quanto ao molde - "Ai daquele que contende com o seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou dirá a tua obra: Não tens mãos?" Is. 45: 9
7ª. Depois de moldado o vaso é queimado - Serve para transformar a argila em cerâmica, tornando-a permanentemente dura. Geralmente eleva-se até 800/900o C. Esta queima deve ser bem lenta no seu início para que não haja risco das peças racharem ou empenarem, face a grande quantidade de água existente na argila até atingir 200o C. Uma queima cuidadosa de biscoito dura cerca de oito horas e deve-se aguardar, pelo menos, outras oito horas para abrir totalmente a porta do forno, sob o risco das peças racharem em decorrência do choque térmico. “Eis que te acrisolei... provei-te na fornalha de aflições.” Is. 48:10. No final do cozimento nota-se uma diminuição, encolhimento, de mais ou menos 10% em seu tamanho e volume, ficando a peça porosa e não impermeável. Não será essa a razão pela qual João disse: “Importa que Ele cresça e eu diminua?”
8ª. Depois de moldado e queimado, o vaso não volta por si mesmo, à sua forma original - “Alguém” tem de fazê-lo. O maior desejo de Satanás é destruir o templo da habitação do Espírito Santo, por isso, o Senhor Jesus nos adverte: “Vigiai e orai, o espírito na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mc. 14:38 Abstende-vos de toda aparência do mal...” I Ts. 5:22
9ª. Segunda queima com a esmaltação - A esmaltação é o brilho do vaso, o seu embelezamento. Ela fará desaparecer a rusticidade do barro. “Assim também brilhe a vossa luz diante do homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” Mt. 5:16
10ª. Deus não nos molda para sermos peças ornamentais, decorativas ou estátuas - Faz de nós sim, vasos úteis a serviço do Seu reino. E mais do que isso: Faz-nos portadores da Sua glória. “Pois Deus que disse: Das trevas resplandeça a luz, Ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação da gloria de Deus, na face de Cristo. Mas, temos este tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede, provem de Deus, e não de nós.” 2 Co. 4.6-7
UMA VEZ FEITOS E MOLDADOS, DESCOBRIREMOS QUE O VASO NÃO TEM VALOR EM SI MESMO, SENÃO EM SUA UTILIDADE.
Conclusão: 1. Ao moldar-nos, Deus espera o retorno do seu trabalho e obra em nossas vidas, tanto que, nos pedirá contas do que fizemos ou deixamos de fazer. "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo." - II Co. 5:10.
2. Há esperança mesmo para o vaso quebrado - "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o Senhor."Jr. 18:6
3. Só não há esperança quando Deus mesmo é quem quebra o vaso: “Quebrarás o vaso diante dos homens que forem contigo, e dirás: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Deste modo quebrarei Eu a este povo... como se quebra o vaso do oleiro, de sorte que não pode mais refazer-se...” Jr.19:10,11